No ano de 1997, Abreu Faro era presidente da Academia das Ciências de Lisboa. A Academia possui o processo individual de Abreu Faro enquanto académico. Existem vários textos científicos seus editados pela Academia, alguns dos quais podem ser vistos nesta exposição no item Bibliografia.
Nesta galeria destacam-se várias fotos de uma visita de estado à China efectuada em Fevereiro 1997 peelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.
Visita à China (Texto pelo Professor Mariano Gago)
Em Fevereiro de 1997 o presidente da República portuguesa, Jorge Sampaio, efectuou uma visita de Estado à China. Por iniciativa do ministro da Ciência e da Tecnologia português, José Mariano Gago, foi desenvolvido um intenso programa de preparação da futura cooperação científica e tecnológico entre a China e Portugal, e entre a China e a Europa.
O professor Abreu Faro, então presidente da Academia de Ciências de Lisboa, foi elemento destacado da missão académica e científica portuguesa que acompanhou e participou nesse programa, a pedido expresso do ministro português. As fotografias ilustram alguns dos momentos mais marcantes das negociações e das visitas.
O lançamento da iniciativa Eureka-Ásia, inicial e simbolicamente iniciada em Macau, foi o resultado de um intenso trabalho conjunto internacional da China e de Portugal com o objectivo de abrir o espaço da cooperação científica e tecnológica empresarial com a China, de inserir a Europa, desde início, na origem desse processo, e de recolocar Portugal moderno e científico na linha da secular história comum entre a China e Portugal.
A criação pelos dois Estados, China e Portugal, de uma nova instituição de investigação científica, conjunta, apostada na História das Ciências entre os dois países, o Centro China-Portugal para a História das Ciências, foi a outra iniciativa decisiva concretizada nesse ano, quer em Pequim durante as visitas oficiais quer em Lisboa onde se deslocará o ministro e Conselheiro de Estado chinês, Song Jian.
A proximidade científica, filosófica e histórica entre Song Jian (SJ), matemático de teoria de populações) e José Mariano Gago (JMG)(físico experimental de partículas, IST, LIP, CERN, e ministro) serão intermediadas por cientistas amigos de ambos ( e em primeiro lugar pelo eminente físico teórico e humanista Maurice Jacob, 1933-2007, do CERN), e por múltiplas iniciativas científico-culturais, governamentais e não governamentais, designadamente na Suiça, de que foi exemplo destacado, por momentos, o Forum Engelberg (a que ambos, SJ e JMG, presidiram e que ajudaram, em períodos críticos, a orientar, na senda do esforço de outros políticos e cientistas pioneiros, como Hubert Curien, 1924-2005, físico e ministro.)
A escolha conjunta estratégica do estudo da vida e obra de Tomás Pereira, decidida por JMG e SJ desde o início, revelou-se cientifica, historicamente, e politicamente decisiva. O Centro Científico e Cultural de Macau, sob a direcção do historiador e professor Luis Filipe Barreto, é, desde então e até hoje, o vector decisivo deste trabalho de longo fôlego que importa valorizar e enriquecer. Tomás Pereira, diplomata, músico, artífice, matemático e astrónomo, obreiro fundamental do Édito da Tolerância, negociador ímpar do Tratado de Nershinsk (1689) de fronteira entre a China e a Rússia e director da cartografia subsequente, foi ainda director do Observatório Astronómico Imperial de Pequim.
Algumas fotografias mostram precisamente esta visita oficial portuguesa ao Antigo Observatório Astronómico e os seus instrumentos, reatando simbolicamente, e projectando no futuro, mais de cinco séculos de história científica conjunta entre Portugal e a China.